não chupa?
- Lola
- 8 de ago. de 2016
- 3 min de leitura

A noite passada assisti a um bate-papo entre mulheres duas brasileiras e duas espanholas sobre homens e, falando de um parceiro amoroso, logo uma das mulheres brasileiras pontuou que ele não fazia sexo oral. Como, não chupa??? – perguntou a outra. Não chupa?? Não acredito, não pode ser, e você ainda gosta dele? Não acredito..... Não pode, tem que chupar..... Se não chupar não rola.... Se não chupa, eu não fico. E logo, logo, entre brincadeiras e risadas de espanto ficou estabelecida na mesa a obrigatoriedade do sexo oral no amor, requisito imprescindível para uma boa trepada e mais ainda para uma boa relação amorosa, de modo que em caso de reincidência na falta, o descapacitado cai logo na lista de suspeitos de crime no amor, de egoísmo machista e, claro, definitivamente amante impossível.
Nesse papo solto e descontraído sobre as habilidades sexuais dos parceiros, as espanholas falávamos pouco. Comentamos superficialmente alguma coisa mas no geral pouco dissemos. No meu caso, duas coisas me surpreendem e me abrumam ao ponto de ficar calada e incapaz de contradizer a contundência dos juízos: uma a soltura, facilidade e extroversão das duas brasileiras para falar num grupo de mulheres rapidamente dos detalhes de sua vida sexual, outra a importância extrema que se dava às habilidades no sexo oral de seus parceiros. Não é a primeira vez que assisto a conversas deste tipo e sempre me surpreendem e me descubro reagindo com silêncio, sendo incapaz de expor meu olhar ao respeito. Penso que é uma mistura de timidez e reserva pelo fato de para mim ser essas questões absolutamente íntimas e só compartidas excepcionalmente com alguma amiga muito íntima ou comentadas com humor mas sem muitos detalhes e também por uma espécie de encolhimento perante tamanha força afirmativa e aparente exuberância sexual.
Um estudo internacional feito em diversos países do mundo para um portal de encontros amorosos, afirma que para a maioria das mulheres, a qualidade mais valorada num homem é senso do humor, só as alemãs destacam a inteligência e as brasileiras priorizam as habilidades do parceiro no sexo oral.
A primeira vez que ouvi comentar este estúdio se confirmou minha suspeita de que essa atitude perante o sexo é uma das diferenças culturais que sinto como mulher estrangeira em relação às brasileiras. Por outra parte me pergunto quanto de verdade sobre a verdadeira vida sexual e amorosa tem nessa atitude, pois me resulta muito difícil acreditar que, com a experiência de vida e a maturidade, uma mulher possa assegurar que o sucesso de uma relação amorosa dependa disso. Todos sabemos quanto particular e subjetiva é a sexualidade de cada pessoa e como não tem regras para nada e menos para o amor. Claro que o sexo oral é muito prazeroso e mais se se dá dentro de uma relação aberta ao outro e plena. Mas também sabemos que a intensidade do amor depende tanto de outros fatores... Podemos ser bem mais felizes com um homem que o faz pouco ou com não tanta habilidade mas que desperta nosso interesse e atração por muitos outros múltiplos fatores entre eles o humor, a qualidade da intimidade, a cumplicidade, o cheiro, a química, etc. que com outro mais experto amante que, a pesar do prazer que pode nos dar nesse quesito, nos entedia em outros.
http://www.zoomnews.es/477233/estilo-vida/sexo/estudio-internacional-revela-que-las-espanolas-buscan-humor-antes-que-placer
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